segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Pakse - Tat Lot

Como sempre parti tarde...:)
Acordei as 6 e depois de um banho delicioso (qd coisas banais como um bom chuveiro desaparecem, qd as reencontramos parecem dezenas de vezes melhores...) estive a terminar de arranjar os alforges, as mochilas, os sacos e tomar o pequeno almoco ao local habitual...:) sou uma pessoa de habitos...so duram e poucos dias...Pakse fica junto ao mekong, e uma cidade simpatica e uma boa introducao ao sul do Laos. Aqui as pessoas vivem melhor, ha mais variedade, as ruas sao limpas e amplas o que torna a cidade simples e agradavel...o fim de tarde foi sempre passado em frente ao rio, a ver o por do sol na companhia de um bom livro e de uma beer lao :) apenas a ver a vida passar. O restourante foi sempre o mesmo...um indiano delicioso, com nan optimas simples ou de queijo, lassis melhores que na india...o jantar anterior tinha sido na companhia da monique, uma holandesa que fui encontrando desde o norte do laos mas que nao devo voltar a encontrar, e o jantar foi uma mistura de lentilhas, pedacos de frango vermelhos ou verdes de uma cor tao intensa que eram quase fluorescentes...o que ate deu jeito dado a pouca luz :) souberam maravilhosamente.
Depois do cafe da manha foi voltar ao hotel, lavar os dentes e partir...ainda nao tinha decidido bem para onde mas decidi ir para o planalto do sul...ao pensar em planalto pensei tb em montanhas e subidas.... mas la me pus a caminho, passava das oito horas. No inicio foi muito facil...as pessoas no sul sao mais descontraidas, masmo nas pequenas aldeias...as criancas nao se escondem atras das portas e nao tem receio de se aproximar de um falengue, mais pessoas falam ingles, ha mais guest houses, mais restaurantes, mais escolas. A primeira paragem foi para beber e comprar bananas para a viagem, ja tinha feito quase 30 km e ate essa altura a estrada era boa e mais ou menos plana...depois comecou a subir mas sem ser de uma forma excessiva, ia subindo. Segunda paragem foi numa queda de agua, que estava dentro de uma resort tailandesa, e tinha restaurante, bangalows, e ate uma aldeia tipo zoologico com umas casas com pessoas a fingir que estavam a viver a sua vida do dia a dia...tecer o dia todo ou tocar instrumentos...um bocado deprimente...o restaurante ate tinha bom aspecto mas estavam tt turistas tailandeses que ao fim de 10 minutos sem ser atendido fui-me embora...
O resto da viagem foi mais dificil, sempre a subir mas foi-se fazendo, como tinha o tempo controlado fui pedalando devagar, parando para tirar fotos, parei num lago para descansar e acabei a ajudar um agricultor a carregar a corroca com palha...de borla!! :) e uma vaca decidiu provar os alforges da bicicleta, mas gracas a deus (nesta parte do mundo, gracas a buda) nao gostou muito! As aldeias pareciam felizes, muitas criancas, chili a secar, vegetais a vender...Os tractores na estrada vem carregados de pessoas, nas subidas vao mais depressa, mas em plano ou nas descidas vou eu mais depressa e qd ultrapasso um cheio de gente e uma risota geral...numa das subidas tive que agarrar um foi girissimo, alem que facil fazer a subida :), nao era facil era segurar o tractor com uma mao, o guiadro com outra e tentar ir respondendo aos sorrisos com sorrisos e algumas palavras de ingles...where are you from ? Portugal! Portuguese! Por tu gal ! Portugeee (so assim e que eles la chegam...) e claro mal percebem...foootball very good portugee! euro, ronaldo, figo, deco :)
Ao longo das estrada dos dois lados nos ultimos 30-40 km era rodeada de flores grandes e amarelas, entre margaridas e gigantes e girassois, cafe, muito cafe ainda em flor.
Depois de muitas horas a pedalar, ha uma altura de cansaco, mas tb ha uma altura que vamos buscar forcas nao sei onde e decidi que ia bater o record de velocidade no laos, apanhei uma descida e atingi a vertiginosa velocidade 60 km/h sem que nada saltasse da bicicleta...por fim cheguei a uma aldeia e vi uma seta meio escondida a dizer -tat lot waterfall- tinha chegado, pensei ir ver primeiro a queda de agua porque pensava que a aldeia era aquilo, mas nao, depois de uns dois km numa estrada de terra de repente apareceu uma queda de agua lindissima, e eu nao aprecio grande coisa quedas de agua...nao lhes acho muita piada e so agua a cair...e depois a aldeia, sem alcatrao, sem carros, sem barulho, casas em madeira, o fumo a sair pelos telhados, o rio, pessoas a apanhar marisco e peixe no rio, o banho do fim do dia e tinha chegado, 92 km depois.
O dia seguinta estava programado para outra viagem...mas preferi ficar por aqui...tirar umas fotos e agora depois de copiar isto do meu caderninho, e altura de um banho no rio!

4 comentários:

Anónimo disse...

estás no paraiso , o pior vai ser quando voltares a este pais maravilhoso!
mãe

Anónimo disse...

Carlos:
Pelo que contas a viagem continua um sucesso!!
Jantarinho à média luz, galinha fluorescente e a companhia de uma holandesa...que inveja!
Saudades do teu Pai

Stef disse...

Tenho-te a dizer que os teus primos têm maiores records de velocidade. Em Frazão, cheguei a dar 67 km/h. Agora, no Laos é que nunca tive. Voltando a dizer que a inveja não é um sentimento bonito, tenho de o voltar a reforçar.
Grande abraço e continuação de boa viagem.

Pedro

Conceiçao Vences Leal disse...

Olá

Estou de partida para o Laos dentro de uma semana e por acaso dei com o teu blog qd procurava coisas sobre o Gibbon experience. Penso que nem vou tentar...Parece louco demais, apesar de gostar de coisas de aventura. As aranhas do tamanho da mão e as sangueddugas tb não cativam muito.
Fartei-me de rir com esse teu blog, deve ter sido algo de inesquecível. Dada a experiência que tens há algo que aches essencial levar? Por exemplo, para dar ás crianças o que é que elas gostam mais? Há algo que achas imperdível? Neste momento só disponho de viagem de ida e volta via Bangkok, por isso tenho 3 semanas totalmente em aberto.

Continuação de boa viagem
São